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Política

Governistas blindam ex-funcionário do ‘Careca do INSS’, e relator sobe o tom

'Não tenho bandido de estimação', disse Alfredo Gaspar

Por | Publicado em: 02/10/2025 20:35:13 | Fonte: Revista Oeste

Governistas blindam ex-funcionário do ‘Careca do INSS’, e relator sobe o tom
O relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL) | Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), subiu o tom na sessão desta quinta-feira, 2. O parlamentar criticou a blindagem da base governista ao ex-assessor de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”.

Gaspar classificou como um erro a decisão do colegiado de barrar a oitiva de Edson Claro Medeiros Júnior depois de votação nominal e reafirmou: “Não tenho bandido de estimação”. Foram 16 votos contra a convocação do ex-funcionário do “Careca do INSS” e 14 a favor.

Um dos requerimentos rejeitados é de um parlamentar do PT | Foto: Reprodução/YouTube/TV Senado

“Olha, eu fiquei muito preocupado em relação ao senhor Edson Claro, que é uma testemunha fundamental para as investigações”, disse. “Edson, claro, foi até ameaçado pelo esquema da organização da qual ele fazia parte, e eu acho muito ruim haver proteção a quem quer que seja. Nós vamos insistir, foi por conta de um voto ou dois votos, que vamos não ter a oportunidade de ouvi-lo agora, mas vamos insistir, aqui não pode ter passada de mão na cabeça de quem quer que seja.”

Edson Claro havia declarado à Polícia Federal que Antunes transportava grandes quantias em dinheiro vivo para pagar propinas e tentou se desfazer de veículos para evitar apreensões. Ele disse ainda que procurou as autoridades por temer pela própria integridade física. 

Na votação, o deputado petista Paulo Pimenta (PT-RS) protestou contra a tentativa de convocação e chegou a bater na bancada: “Não há previsão no regimento”, afirmou. A base governista ainda disse que os relatos de Claro não têm relação direta com o objeto da CPMI.

Relator da CPMI critica CGU

Ainda na sessão desta quinta-feira, Gaspar criticou a Controladoria-Geral da União (CGU) e defendeu a convocação de testemunhas ligadas ao esquema de fraudes em aposentadorias. Durante a reunião, ele acusou o órgão de ter sido lento no enfrentamento dos desvios.

O relator usou declarações do ministro da Casa Civil, Rui Costa, para reforçar que a CGU demorou a agir mesmo com alertas anteriores do Tribunal de Contas da União (TCU).

“Na deflagração da Operação Sem Desconto, ele disse em alto bom som que a CGU demorou, que não era para ter permitido dois anos de manutenção de desvio de recursos de aposentados e pensionistas”, afirmou. “Inclusive, isso ficou bem exposto.”

Para o deputado, medidas cautelares poderiam ter evitado perdas bilionárias: “Nós teríamos economizado aí R$ 1,5 bilhão, R$ 2 bilhões em desvio”. “Resumo da ópera, havia uma porta aberta para a corrupção sem nenhuma fiscalização, muita gente botou dinheiro no bolso. Nós estávamos com um canhão aberto de corrupção e deu no que deu”, disse.

O relator também advertiu que a CPMI precisará enfrentar novos pontos de investigação: “Temos ainda outro grande desafio, que é a questão dos consignados, que é uma proporção muito maior do que as irregularidades nos descontos associativos e ainda temos que analisar se vai ser também papel da comissão a análise do seguro de defesa, que é outro grande rombo que o Brasil está também sofrendo”.

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