Haddad diz que vai discutir tarifas em viagem a Washington

Em outubro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, planeja discutir temas tarifários durante compromissos em Washington. A confirmação foi feita nesta quinta-feira, 2, ao conversar com jornalistas, mas detalhes sobre datas e interlocutores ainda não foram divulgados.

Segundo Haddad, a viagem inclui participação em reuniões do G20 e outros encontros bilaterais. O ministro destacou que este será um momento estratégico para abordar questões comerciais com representantes dos Estados Unidos, especialmente a respeito das tarifas praticadas pelo país.

Haddad recebeu novo visto norte-americano em 8 de setembro, depois de o anterior ter expirado em maio. O pedido de renovação havia sido feito em agosto, permitindo que o ministro cumpra a agenda oficial na capital dos Estados Unidos no próximo mês.

Haddad fala sobre encontro de Lula com Trump

Sobre um possível encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, Haddad afirmou não ter informações sobre datas, mas ressaltou que “as tratativas estão sendo feitas”.

O governo Lula busca, nas negociações com os Estados Unidos, rever sanções direcionadas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, aplicadas pela Lei Magnitsky. A gestão também deve tentar reverter a suspensão de vistos para autoridades do Executivo e do Judiciário brasileiros.

Em paralelo, o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, descartou a possibilidade de constrangimento no encontro entre Lula e Trump. Segundo Amorim, Lula “jamais se deixará humilhar”.

“Essa possibilidade não existe, pode tirar da cabeça”, afirmou Amorim ao jornal Folha de S.Paulo na segunda-feira 29. O mais recente contato entre Lula e Trump ocorreu nos bastidores da 80ª Assembleia Geral da ONU, em 23 de setembro, quando os dois conversaram rapidamente e acertaram a intenção de uma reunião futura, cujo formato ainda está indefinido.

Alternativas como um encontro presencial em um terceiro país, como Itália ou Malásia, estão sendo avaliadas, mas o governo brasileiro considera mais prudente que uma conversa inicial por telefone ou videoconferência ocorra antes.

O Itamaraty atua para manter o diálogo reservado e assegurar que ambas as partes preservem o sigilo.