CPMI: Moro pede quebra dos sigilos bancário e fiscal de publicitária do PT
Danielle Miranda Fonteles recebeu R$ 5 milhões do 'Careca do INSS'
Por | Publicado em: 02/10/2025 20:51:18 | Fonte: Revista Oeste

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) anunciou, nesta quinta-feira, 2, que irá solicitar à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a quebra dos sigilos bancário e fiscal da publicitária Danielle Fonteles. Ela teria recebido R$ 5 milhões do principal articulador do esquema de descontos em aposentadorias.
“É preciso apurar esse fato”, declarou o Moro em entrevista no intervalo da CPMI. “Vamos avaliar os documentos dessa quebra de sigilos e aguardar o encaminhamento de informações, por parte dessa senhora, para saber o que de fato aconteceu. Se continuar havendo suspeitas de uma atividade criminosa, iremos convocá-la para prestar depoimento na CPMI.”
O que diz o relatório sobre a publicitária do PT
A decisão do senador se baseia em informações enviadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras à CPMI do INSS, reveladas pela revista Veja.
Segundo o relatório, Danielle recebeu R$ 5 milhões em seis transferências feitas pelo empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Os repasses teriam ocorrido de novembro de 2023 a março de 2025.
A publicitária, que comandou a agência Pepper Comunicação Interativa durante a campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010, afirmou à Veja que os valores dizem respeito a um negócio imobiliário.
“O direito de propriedade sobre o imóvel só seria transferido a Antonio Carlos Camilo Antunes após a quitação total do bem, o que não chegou a ocorrer”, disse a publicitária, em nota. Ela acrescentou ainda que os valores recebidos foram devidamente declarados à Receita Federal e que todos os tributos foram pagos.
De acordo com Danielle, tratava-se da venda de uma casa de praia em Trancoso, na Bahia, no valor total de R$ 13 milhões, pagos em parcelas de R$ 1 milhão. Ela informou ainda que, devido ao bloqueio das contas do empresário após a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal. Por causa disso, ela cancelou o negócio.
Moro afirmou que os esclarecimentos não afastam a necessidade de investigação da publicitária.